Estamos as duas em casa, eu lá ando nas constantes arrumações ou desarrumações porque passo a vida a achar que os móveis e as coisas têm que estar e acompanhar a constante mudança da vida!Vislumbro a tua silhueta, num entardecer de um misto de sol e chuva em que o céu ganha cores indescritiveis ao ser humano. Estás com pouca roupa e justa o que me permite ver as curvas do teu corpo e aí estremeço...
Observo como pegas no pincel e fazes uma dança de cores, em plena cumplicidade com a tela, é magnifico poder ser espectadora de tamanho momento, e aí penso que a minha aprendizagem terá sido, libertar-me de uma vida que já não era a minha e ter-te encontrado e deixado fazeres parte da minha vida e eu da tua. Aprendizagem essa que tem vindo a crescer e a ser construída todos os dias, um pedacinho mais, tal como os teus quadros que para mim, já estão acabados e dizes sempre que falta acabar, porque para um verdadeiro artista, as obras estão sempre inacabadas. Mas tu, és a minha peça de arte linda, nesse teu corpo com toque de cetim, cabelos revoltos e ruivos, apesar de uns quantos brancos já terem ocupado lugar cativo, a tua boca desenhada a milímetro, os teus olhos grandes onde transbordam as mais diversas tonalidades de verde... Vou-me desviar, pois já sentiste a minha presença e quero que pintes as tuas obras, minha bela arte...
Ao meu Eu, sempre...
Sem comentários:
Enviar um comentário